Morte...

sábado, 6 de fevereiro de 2010




Fiquei sabendo que minha avó está um bocado doente e está internada faz uns poucos dias. Isso me fez pensar sobre o quão fugaz é a nossa participação nessa história...

Mesmo quando somos crianças e ainda não temos bem definida a ideia de "para sempre" ou de que nossos pais e mães não são imortais, de que um dia podem nos deixar. Quem não se lembra de filmes como Bambi ou O Rei Leão e de como era triste ver os filhotes sem pais e se dar conta de que a morte é real e pode acontecer?
As vezes me pego olhando para as pequenas marcas que, dia após dia, o tempo vai esculpindo nos rostos de minha mãe e de meu pai, um lembrete sutil de que todos a nossa volta vão sumindo aos poucos até que não reste nada além de lembranças e uma lápide fria como prova de que um dia eles viveram neste mundo.

Tão melancólico, não é mesmo?

Mas não reagimos assim por lamentarmos a morte, nos entristecemos por crer que jamais os veremos novamente, o que de modo algum é verdade.
Não, não é uma tarefa simples, enxergar o que a mais pura e simples razão nos mostra quando a dor turva nossos olhos. Contudo, em frases batidas e ainda assim cheias de sentido, é depois das horas mais sombrias da noite que a luz do Sol aparece e revela tudo o que está enevoado e confuso.

Não digo que perceber a obra constante do tempo trabalhando para levar a cabo a única coisa que temos por certo quando nascemos é algo fácil.
E por mais que saibamos que uma hora ou outra isso vai acontecer a todas as criaturas vivas, nunca esperamos que isso aconteça com aqueles que amamos, mesmo com as provas mais evidentes...

Na festa de natal meu pai disse que não gostou da calça que minhas tias haviam escolhido para para minha avó pq, segundo ele, a fazia parecer uma velha, ao que minha mãe respondeu: -Mas "Sr.Green Scarf" ela tem 86 anos, ela é uma velha! hahahahaha...
Ainda hoje minha mãe comenta isso e diz que é sempre assim, nossas mães não envelhecem.

Tomo a liberdade de ampliar a teorias de minha mãe e dizer que, para nós, aqueles que amamos jamais partirão simplesmente pq não suportaríamos a ideia de pensar nisso... também, ninguém quer sofrer por antecipação. Mas o modo com lidamos com a morte também não nos ajuda em muito,não é mesmo?

Somos pegos de surpresa pela coisa mais óbvia que existe: todas as coisas vivas morrem um dia.
Temos nossas teorias sobre como é a vida após a morte, mas a verdade é que só saberemos como isso realmente funciona depois de cruzada a fronteira...

Independente do que cremos que acontece depois que deixamos nossos corpos mortais, não seria melhor se tentássemos de quando em vez pensar na morte apenas como uma transformação e procurar se familiarizar com esse marco tão comum em todas as existências para amenizar a dor quando esta vier?

That's All.

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