Demandas...
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Postado por The Girl in the Green Scarf às 07:33Saudações!
Decidi falar um pouco sobre meus filmes favoritos...muito claro que se trata de O Senhor dos Anéis.
Não vou me dar ao trabalho de dizer o quão maravilhoso é o enredo. Creio que já deixei bem claro o quanto gosto de Tolkien. Na verdade os pontos que mais me chamam a atenção nesse momento são os que ligam a fantasia e a realidade...
Tão impossível quanto dois hobbits chegarem a Montanha da Perdição e destruírem o Um anel, era a demanda de Peter Jackson, quando se propôs a transformar a saga de J.R.R.Tolkien em filme. Boa parte das pessoas que sabiam a respeito da produção de O SdA dizia que esses filmes seriam a ruína da New Line Cinema.
Assim como a demanda do Um anel tomou a vida antiga de Frodo para transformá-lo em alguém que jamais se encaixaria em um lugar como o Condado novamente, também as gravações de O SdA tomaram boa parte da vida de Peter Jackson.
Um ano antes de começarem as gravações, que levariam dois anos de filmagem ininterruptos na Nova Zelândia, nosso Frodo neozelandês procurava sets de filmagem, arrumava investidores e procurava atores que não tivessem um gênio difícil de se lidar( em função da longa duração do trabalho, seria um desastre se um ator que fizesse um personagem importante como Gandalf, por exemplo, resolvesse "pular fora" do projeto). As hortas e jardins bem cuidados do Condado, morada dos hobbits, começaram a ser plantados nessa época para garantir que a terra de Frodo e Bilbo desse a impressão de que os hobbits moravam naquele lugar por séculos. Peter Jackson investiu bem mais que dois anos para garantir que a Terra Média ganhasse vida.
O rompimento das sociedades...
Sendo a produção dos filmes um trabalho tão longo, não é de se admirar que a equipe tenha se unido como a própria Sociedade do Anel. Dias que começavam as quatro da manhã e mantinham atores e outros profissionais juntos por pelo menos duas horas( em média o tempo que era necessário para maquiagem) fizeram o trabalho de aproximar colegas de trabalho até se tornarem grandes amigos.
Em "As Duas Torres", temos o rompimento das sociedades, sim, eu escrevi das sociedades, pois, na narrativa, A Sociedade do Anel se separa e na 'vida real' As Duas Torres mobilizava ateh seis unidades filmando simultaneamente em diferentes partes da Nova Zelândia. Os pequenos núcleos que acompanhamos ao longo da obra de Tolkien refletiam na equipe de Peter Jackson, Frodo e Sam se encontram isolados da Sociedade do Anel, bem como Elijah Wood e Sean Astin ficam isolados dos outros atores já que a maioria de suas cenas desde As Duas Torres até O Retorno do Rei, são penas com os dois e com Gollum.
A grandiosidade da demanda do anel de certa forma é também a grandiosidade da adaptação da obra para o cinema. Só as filmagens da batalha no Abismo de Helm reuniram um grupo de centenas de figurantes por três meses em que só se trabalhava à noite. Muitos ficavam com hiportermia devido ao frio e a chuva constantes das noites neozelandesas. A dor e o cansaço físico eram companheiros constantes, mas todos ganharam suas medalhas no Abismo de de Helm.
Ainda poderia continuar por parágrafos inteiros falando sobre as curiosas ligações que existem entre a obra e a maravilhosa equipe de Peter Jackson, mas como todos os mortais tenho coisas não tão nobres a fazer, a limpeza da casa me espera.
Portanto, termino dizendo que a história das filmagens traz consigo um dos maiores atributos de O SdA,o lado bom da humanidade. Aquela centelha de amizade e nobreza que ainda consegue dar alguma esperança ao mundo.Sabe?
O que há em nós que ainda nos faz valer a pena mesmo com tudo o que temos de ruim e que precisa ser melhorado.
Em O Senhor dos Anéis e na própria produção do filme há a força e a esperança que fazem as grandes mudanças quando existe apenas a esperança dos tolos.
That's All.
Aslan
sábado, 16 de janeiro de 2010
Postado por The Girl in the Green Scarf às 17:24Se você ainda não leu As Crônicas de Nárnia, não leia esse post!
Como é curiosa a relação que mantemos com certas coisas...
Terminei de ler As Crônicas de Nárnia já faz algum tempo, mas estava pensando na reação que tive quando li a ultima crônica e resolvi escrever sobre isso.
Para os que estão acostumados com relações intertextuais fica fácil notar que Aslan, nosso querido e sábio leão, nada mais é que uma boa representação de Jesus Cristo. Para os que se lembram um dos modos de se designar Jesus é "O Leão de Judá", mas essa não é a única evidência de que Aslan é uma representação do messias católico. Temos um traidor, Edmundo, que é perdoado pelo doce leão e depois disso temos o sacrifício de Aslan pelos pecados de outrem. A coisa ainda vai mais longe, pois, caso não se lembrem, Aslan é o filho do Imperador. Na última crônica, é claro, tudo se torna ridiculamente claro quando descobrimos que as crianças envolvidas nas aventuras das seis crônicas anteriores, exceto Susana, descobrem pelo próprio Aslan que estão mortas. Temos então o leão que os preparou para a morte e os recebeu nos céus.
Por maior que fosse o número de relações que pudesse traçar entre o Novo Testamento, o Velho Testamento e As Crônicas de Nárnia, ainda assim, eu mantinha uma linha que separava as histórias. Não permitia que o 'real' se metesse no meu universo, na minha Nárnia. Quando cheguei ao fim do livro e esses lugares distintos se uniram a primeira reação que tive foi de repulsa. Me senti desrespeitada pelo autor. Lewis poderia fazer o que quisesse com as personagens desde que não cruzasse o limite que estipulei.
Passado o primeiro choque, até gostei da representação. Na verdade, Aslan me parece bem mais próximo e simpático que a imagem do homem de olhos azuis que comummente se vê por aí.
Mas que coisa curiosa, não? Esse sentimento de autoridade que temos quando lemos algo de que gostamos muito.
Mas no fundo não é a literatura em si, somos assim com tudo aquilo que nos toca profundamente, creio. Gostamos e logo colocamos nossas ideias e expectativas para moldar o objeto de nosso amor. Mas a opinião sensata, a que deve permanecer, é a que se forma depois do primeiro contato. Livre da nuvem de sentimentos que nos nubla a visão e impede que a imagem se revele completamente diante de nós. Ainda não gosto muito do fim de As Crônicas de Nárnia, mas tenho uma simpatia incrível por Aslan.
Já era meu personagem favorito antes de se mostrar como Cristo, mas mesmo com essa fusão de realidade e fantasia, ainda assim, é meu personagem favorito. A sabedoria, a tranquilidade e o poder que seus olhos transmitem ainda me inspiram confiança quando vejo sua face dentro de mim...
Ah! Que coisa maravilhosa, a literatura!
That's All.
Do Amor...
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Postado por The Girl in the Green Scarf às 18:41Não é curioso o modo como as pessoas se referem a seus entes queridos?
Todos já dissemos algo do tipo "Não quero perdê-lo (a)" ou "Como ele (a) pôde fazer isso comigo?” (se referindo a uma ação que na realidade só prejudica ao próprio sujeito dela).
Será que já amamos alguém de verdade?
Será que o ser humano tem essa capacidade?
De quando em vez, penso que não. Quando dizemos que estamos amando alguém, no íntimo o que nos apraz nisso é ter seja atenção, carinho, lealdade ou simples contato físico. Há sempre exigências para com o ser amado, mas muito poucas para conosco. Grande parte de nós quer que o outro se comprometa de uma forma que nós mesmos nunca pensamos em fazer. Cobramos algo que não estamos dispostos a dar. Aqui me refiro especificamente à liberdade.
O amor é mesmo assim um sentimento tão mesquinho? Que cobra e exige mudanças por parte do ser amado?
Não! Não acredito nisso.
O amor verdadeiro é aquele que só exige de si mesmo, que se importa com a felicidade do ser amado, mesmo em detrimento de suas próprias vontades. Amar alguém é querer que ele (a) seja feliz mesmo que a felicidade dele (a) não esteja ao nosso lado.
Liberdade.
Amor e liberdade são praticamente sinônimos. É difícil ver a quem amamos em dificuldades, mas nada se deve fazer além de dar bons conselhos. Se a ajuda é recusada e o amor que moveu a oferta é verdadeiro, cabe a quem ama deixar que o ser amado encontre seu próprio caminho. Tentar resolver o problema veta a oportunidade de quem é amado de aprender com os próprios erros.
Eis que temos uma das maiores provas de amor!
Fechar os olhos ao que está para acontecer quando sua ajuda foi recusada e suportar o fato de que a pessoa a quem foi oferecida a ajuda não consegue ver a beirada do abismo e precisa cair para se dar conta de que tomou o caminho errado.
Será que existe? Um amor tão livre e tão belo?
Bom, não espere que eu responda essas perguntas. Vivemos todos na esperança de que ele exista, não? Pq no fim a humanidade busca por isso mais do que qualquer outra coisa. Mesmo quando busca por dinheiro pq quando o faz o maior motivo é o prestígio, que não deixa de ser uma espécie de falso amor. Às vezes me sinto otimista e creio que esse tipo de amor existe que é apenas uma questão de sorte ou de tempo, e às vezes acho que somos muito egoístas para conseguir sentir algo tão puro e desinteressado.
Que a dúvida nos acompanhe e desapareça a cada início de relacionamento para surgir novamente com os términos e mais uma vez ser sanada num ciclo até o fim de nossa existência ou até finalmente encontrarmos o (a) escolhido (a) de nosso coração.
That’s All
Dos opostos...
Postado por The Girl in the Green Scarf às 16:41Saudações!
Amantes de "Confessions of a Shopaholic" e de "The Devil Wears Prada", consumidores convictos dos cds das divas do pop Madonna, Britney Spears e Lady Gaga, vos apresento um blog glamuroso e pop até a raiz da peruca! Tagarelices Pop é uma mescla dos sentimentos e impressões de um sensível espírito cheio de plumas e paetês e do que de melhor o mundo da pop music pode oferecer.
Não faz muito sentido que uma literata tão distante desse universo badalado se dê ao trabalho de falar sobre algo que desconhece totalmente, certo? Errado! Todos nós temos nossas fases e até mesmo o mais culto dos mortais pode sentir vontade de dançar ao som de Celebration ou de assistir um filme de enredo um tanto quanto fraco mas repleto de elementos do mundo feminino...
Ora! Acontece que esta que vos escreve tem uma estreita amizade com o doce Eduh, que tem uma filosofia de vida e um modo de pensar completamente opostos aos meus. A amizade tem dessas graciosas curiosidades, unir uma alma doce e extravagante a uma alma séria e reservada.
Mas é muito lógico, não? Digo, que um amigo traga o brilho, ao passo que o outro traga o bom senso que lhe falta e ambos se completem. De fato! Nada mais natural! Você, se ponderar a respeito, também vai notar que em seu grupo de amigos mais íntimos há pelo menos um ou dois que lhe trazem um pouco de algo que falta para deixar-lhe mais feliz.
Olhando as coisas de um modo mais objetivo, se não tivesse essa bela amizade com o blogeiro de que falo, não teria assistido "Confessions of a Shopaholic" e não teria encontrado um nome tão adorável e misterioso para meu blog.
Meu conselho é: Divirta-se com os dois!
Não seja como essas pobres criaturas que por se acharem inteligentes e senhoras da verdade renegam tudo mais que lhes é oferecido. É uma triste existência, a que se priva de conhecer outras realidades e pontos de vista por pura arrogância. Diversões muito distintas entre si, a literatura e a musica pop, é claro. Mas, quando nos permitimos provar das coisas que nos são oferecidas e não nos podem fazer mal algum, podemos ficar surpresos com nossas novas descobertas a respeito daquilo que nos apraz.
That's All.
O Diário de Anne Frank....
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Postado por The Girl in the Green Scarf às 07:57Saudações!
Já faz algum tempo desde que li um texto sobre a morte da narrativa de Walter Benjamin. Quando terminei de ler essa produção de W.B. não consegui assimilar a idéia de que um dia o ato de narrar pudesse acabar. O Homem é feito de história. Que grande tolice, a desse Benjamin! Pensei. Mesmo a pior das experiências pode virar história.
Muito fácil dizer já que nunca passei por tempos sombrios como os que esse teórico teve de enfrentar...
Pois bem, assim que começaram as férias, peguei "O Diário de Anne Frank", não pq desejasse esclarecer minha indignação, mas sim pq a muito queria ler essa obra.
Que curioso é o efeito da literatura! O diário de Anne rasgou o véu de insensibilidade que atravancava minha visão e permitiu que visse o que Benjamin tentava mostrar.
A hipótese de um fim para a narrativa é um grito de desespero raciocinado. As descrições de Anne da casa úmida e sombria, da tristeza e da angústia começaram por me deixar tão sufocada e deprimida quanto é possível ficar com uma leitura. É difícil ver como as coisas podem seguir seu curso quando se está mergulhado em escuridão. Não havia mais qualquer história a ser contada pq tudo havia sido substituído pela tristeza, pelo menos era como Anne via as coisas. Ela mesma diz em seu diário que os membros do Anexo Secreto já não tinham sobre o que falar uns com os outros. Só conversavam sobre política e comida pq as outras histórias que tinham para contar já havia sido narradas várias vezes e não havia experiências novas, fonte para narrativas.
Do que ela não se deu conta é de que, de alguma forma, estava passando por um processo literário. Anne Frank estava provando que a guerra não poderia apagar o que há de mais humano, a história.
Poderia ainda falar do ilustre senhor J.R.R.Tolkien. A reação de Tolkien ao contrário do esperado foi criar uma mitologia para seu povo. Ele sabia da necessidade de se contar histórias e de ter algo em que acreditar. O Símbolo, A História, A Fantasia, eles não morreram, se transfomaram, mas não morreram.
Não pense que quero dizer "Aha! Estou certa e você está errado, W. Benjamin!"
Mas fico muito feliz que seja o caso. É animador que a narrativa não tenha morrido e que grandes cavalheiros e damas tenham encontrado um meio de lidar com uma situação tão extrema e continuar a produzir literatura. Agora entendo W.B. um pouco melhor e conheço um pouco mais de literatura.
Obrigada Anne Frank! Obrigada J.R.R.Tolkien! Obrigada a todos os grandes de espírito que garantiram a continuidade da produção do alimento de nossas almas!
That's All.
Já faz algum tempo desde que li um texto sobre a morte da narrativa de Walter Benjamin. Quando terminei de ler essa produção de W.B. não consegui assimilar a idéia de que um dia o ato de narrar pudesse acabar. O Homem é feito de história. Que grande tolice, a desse Benjamin! Pensei. Mesmo a pior das experiências pode virar história.
Muito fácil dizer já que nunca passei por tempos sombrios como os que esse teórico teve de enfrentar...
Pois bem, assim que começaram as férias, peguei "O Diário de Anne Frank", não pq desejasse esclarecer minha indignação, mas sim pq a muito queria ler essa obra.
Que curioso é o efeito da literatura! O diário de Anne rasgou o véu de insensibilidade que atravancava minha visão e permitiu que visse o que Benjamin tentava mostrar.
A hipótese de um fim para a narrativa é um grito de desespero raciocinado. As descrições de Anne da casa úmida e sombria, da tristeza e da angústia começaram por me deixar tão sufocada e deprimida quanto é possível ficar com uma leitura. É difícil ver como as coisas podem seguir seu curso quando se está mergulhado em escuridão. Não havia mais qualquer história a ser contada pq tudo havia sido substituído pela tristeza, pelo menos era como Anne via as coisas. Ela mesma diz em seu diário que os membros do Anexo Secreto já não tinham sobre o que falar uns com os outros. Só conversavam sobre política e comida pq as outras histórias que tinham para contar já havia sido narradas várias vezes e não havia experiências novas, fonte para narrativas.
Do que ela não se deu conta é de que, de alguma forma, estava passando por um processo literário. Anne Frank estava provando que a guerra não poderia apagar o que há de mais humano, a história.
Poderia ainda falar do ilustre senhor J.R.R.Tolkien. A reação de Tolkien ao contrário do esperado foi criar uma mitologia para seu povo. Ele sabia da necessidade de se contar histórias e de ter algo em que acreditar. O Símbolo, A História, A Fantasia, eles não morreram, se transfomaram, mas não morreram.
Não pense que quero dizer "Aha! Estou certa e você está errado, W. Benjamin!"
Mas fico muito feliz que seja o caso. É animador que a narrativa não tenha morrido e que grandes cavalheiros e damas tenham encontrado um meio de lidar com uma situação tão extrema e continuar a produzir literatura. Agora entendo W.B. um pouco melhor e conheço um pouco mais de literatura.
Obrigada Anne Frank! Obrigada J.R.R.Tolkien! Obrigada a todos os grandes de espírito que garantiram a continuidade da produção do alimento de nossas almas!
That's All.
Apresentações e explicações....
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Postado por The Girl in the Green Scarf às 18:30Não pretendo dizer quem sou ou falar de coisas pessoais com os detalhes que comumente se vê em alguns blogs. Isso não é um diário. Também não é minha idéia mantê-lo sempre fiel a um único tópico, não teria um motivo para fazer isso...
Vou falar de livros, de filmes, de sentimentos, de chá...enfim, o que vier a minha cabeça. Já entendeu como isso vai funcionar, não? É mais ou menos como fluxo de consciência.
Nada prático para os que procuram, por exemplo, um blog que fale exclusivamente sobre o "Confessions of a Shopaholic", que não é o caso deste...o que nos leva ao nome do blog. Como já disse, não é sobre o filme. Escolhi esse nome pelo mistério e pelo charme q ele tem, apenas por esse motivo. Sinta-se à vontade para entender tudo como mais lhe aprouver. Eu sou você, eu sou quem você mais ama ou quem mais odeia. O fato de não ter nome nem rosto lhe dá essa liberdade.
A casa é sua! Sente-se em uma poltrona. Pegue uma xícara de chá. Deixe que a minha muda voz toque sua mente e produza algumas imagens que preciso pôr para fora. E se me torno enfadonha, não se prenda, a porta está aberta.
That's All.
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